quinta-feira, 31 de março de 2016

Voando Alto


Nota: 5,0


            Desde pequenos, muitos de nós ouvíamos dos mais velhos que “o importante na vida não era ganhar e sim competir”. Esse lema olímpico surgiu nos jogos de Londres, em 1908 e com o tempo, a humanidade tratou de corromper esse pensamento, fazendo o homem mostrar ao próprio homem que o importante nunca foi competir. Por sorte, ainda alimentamos esperanças em exceções que fogem “à regra”, renovando nossa crença de que tudo é possível, mesmo quando temos limitações.


Imagem: foxfilm.com.br


         “Voando Alto” (Eddie the Eagle) apresenta a história do primeiro atleta representante da Grã-Bretanha no salto olímpico de esqui, Michael “Eddie” Edwards (Taron Egerton), um corajoso jovem que luta contra o desprestígio não só dos que o rodeiam, como de uma nação inteira. Visto como um verdadeiro azarão das Olimpíadas de Calgary, em 1988, Eddie é ajudado pelo rebelde e carismático treinador Chuck Berghorn (Hugh Jackman) a enfrentar seu problema e mostrar ao mundo que todos temos, independente de nossas imperfeições, capacidade de “ressurgir das cinzas” como seres mitológicos.     

           Tal aspecto do filme pode trazer aos céticos de plantão a sensação de mais um filme para ser usado como instrumento de inspiração em palestras motivacionais. Um TREMENDO engano! Afinal, o que vemos aqui é nada mais, nada menos que uma história suave, divertida e extremamente positiva de vida... de vida real. Todo sonho que nasce conosco e alimentamos é belo e puro. O tempo passa, o sabor das experiências ruins acabam fazendo com que desistamos daquilo que nos torna mais fortes e brilhantes. Alguns dirão que você não conseguirá, ou que não é capaz, não apresenta talento para determinadas situações impostas. É, infelizmente ilusões são destruídas de forma cruel por pessoas que refletem seus fracassos em outras pessoas, invertendo valores e levando muitos à ruína moral. Há tempos, não saia de uma sala de cinema com tanta energia e vontade de extrapolar meus limites, da mesma forma que Eddie fez. Já vimos no cinema diversos filmes de esportes, principalmente os da série “Rocky”. Não é papo de “perdedor”, ao contrário, este é um filme feito para os heróis improváveis. Só quem sabe a diferença entre “ganhar” e superar um desafio, entende exatamente toda a trajetória do personagem que por ironia do destino traz ao cinema uma mistura de arte e vida imitando uma a outra de forma visceral... com calor (de derreter neve) e admiração.


Imagem: mazeblog.com.br


Traduzindo de forma literal “Voando Alto” (Eddie the Eagle), entendemos perfeitamente a metáfora envolvendo a ave de rapina, sua imponência e coragem. Mas o que vejo neste filme é uma “Fênix” e o quão belo o ser humano pode ser, mesmo que em alguns momentos sejamos “míopes” e não consigamos contemplar isso. Quando buscamos algo maior que nós mesmos, quando temos sentidos menos aguçados, por uma questão de sobrevivência, e apuramos os demais a fim de nos tornarmos autossuficientes, despertamos para a verdadeira competição. 


Imagem: araraquaranews.com.br


Pessoas podem ser lembradas e marcadas na história por ostentar um metal brilhante em seus peitos. Bronze, prata ou ouro; o que vale é o coração. Sim, podemos voar, o céu definitivamente não é o limite e ao sair do cinema, tenha a certeza de que sua sensibilidade e sorriso serão muito mais espontâneos.

             Sejam bem-vindos à sublimidade da vida!




         Aclamado pelo público no Festival de Sundance de 2016 e inspirado em uma história real, “Voando Alto” conta com a direção de Dexter Fletcher e os mesmos produtores de “Kingsman: Serviço Secreto”.


O critério de notas é estabelecido da seguinte forma:

0,0 = péssimo
1,0 = ruim
2,0 = regular
3,0 = bom
4,0 = ótimo
5,0 = excelente




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