sexta-feira, 30 de setembro de 2016

O Lar das Crianças Peculiares



Direção: Tim Burton

Elenco: Eva Green, Asa Butterfield, Samuel L. Jackson

Gênero: Aventura, Fantasia




Raramente vemos Tim Burton sem Johnny Depp em uma longa metragem que leva a assinatura do diretor. Mas nesta adaptação pra lá de excêntrica, inspirado no livro (trilogia) “Miss Peregrine´s Home for Peculiar Children” do autor Ransom Riggs, Burton se separa de seu grande astro e amigo e nos surpreende.




          Depois da separação de Burton e Helena Bonham Carter, parece que chegou a hora e a vez de Eva Green se tornar a nova queridinha de suas obras. Não é à toa, afinal, Eva na pele da Srta. Peregrine não decepciona. 
          O que é mais interessante neste novo longa-metragem do diretor de "A Noiva Cadáver", "Os Fantasmas se Divertem", entre outros, é justamente o fato de a obra original (o livro) dialogar com seu estilo de forma tão íntima. Burton coleciona seus melhores momentos, justamente em filmes desse estilo, misturando fantasia e super-poderes com competência. 




          O universo esquisito de "O Lar das Crianças Peculiares" é um verdadeiro convite aos efeitos especiais, não somente do 3D, mas do figurino, que nos filmes de Tim Burton, sempre assumem um protagonismo que é marca registrada das obras do diretor




"O Lar das Crianças Peculiares” talvez não seja tão fiel ao livro (nenhum filme é), mas traz toda nostalgia dos filmes dos anos 80 como “Conta Comigo” (1986) em que amigos se unem e mostram que o poder da amizade consegue superar qualquer obstáculo



Mesmo nos entregando algo saudoso em uma primeiro momento do longa, temos aqui uma fração do melhor que Tim Burton pode nos entregar e que nos faz vislumbrar filmes melhores do diretor como antigamente. Um bom recomeço para um dos diretores mais queridos de todos os tempos. 


Nota: 3,0

O critério de notas é estabelecido da seguinte forma:

0,0 = péssimo
1,0 = ruim
2,0 = regular
3,0 = bom
4,0 = ótimo
5,0 = excelente


quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Sete Homens e Um Destino


Direção: Antoine Fuqua 

Elenco:  Denzel Washington, Chris Pratt, Ethan Hawke

Gênero Faroeste, Ação, Aventura




        Inspirado no filme "Os Sete Samurais" do grandioso Akira Kurosawa, "Sete Homens e Um Destino" teve seu primeiro longa-metragem produzido em 1960, pelo diretor John Sturges, e com um elenco estrelado: Eli Wallach, Steve McQueen, Charles Bronson, Robert Vaughn, Brad Dexter, James Coburn, Horst Buchholz, Jorge Martínez de Hoyos, Vladimir Sokoloff e Robert J. Wilke.  Desde então esse clássico do velho oeste ganhou várias sequências e virou até série televisiva. 



         Em 1966 "Sete Homens e Um Destino" ganha uma continuação intitulada "Sete Homens e Um Destino 2". A partir do segundo filme, em 1969 é lançado "Revolta dos Sete Homens", em 1976 "Fúria dos Sete Homens" e em 1998 a série para televisão que levava o mesmo título do filme original de 1960. 
          Com uma "nova roupagem" construída por intermédio do diretor Antoine Fuqua (Dia de Treinamento) a história de "Sete Homens e Um Destino" conta o sofrimento de um povo oprimido em seu próprio vilarejo por um pistoleiro que toma suas terras. Cansada de ver e sofrer injustiça, Emma Cullen (Halley Bennett) solicita a ajuda do pistoleiro Sam Chisolm (Denzel Washington) que reúne uma equipe com habilidades especiais, no intuito de ajudá-lo a expulsar o criminosos e seu líder daquelas terras. 



           O diretor é um profissional respeitado e renomado e o elenco é estrelado a exemplo do clássico de 1960. Contudo, esperávamos um filme maior que o original. Pois é, mas o fato é que neste remake nos deparamos com um roteiro sem compromisso, onde apenas o personagem de Denzel Washington demonstra um verdadeiro motivo para estar ali, enquanto os outros integrantes do bando não conseguem deixar claro suas reais intenções e objetivos para aceitarem tal desafio. 



            O que segura o filme é o fato dos personagens se completarem mediante ao time multiétnico e carismático que cria uma tremenda identificação com o público. Além das habilidades individuais de cada integrante que empolgam em cenas de ação com muito tiroteio, tensão e duelos, a atmosfera de suspense ao bom e velho estilo dos filmes de velho oeste do passado é um brinde aos mais nostálgicos e fãs do gênero.



             O filme de 1960 não foi um sucesso de bilheteria do cinema na época e contava com uma verdadeira constelação em seu elenco. Agora, em 2016, parece que a fórmula se repete e mesmo parecendo algo genérico, não decepciona. Apesar dos personagens rasos, este remake ainda carrega consigo a magia dos westerns, além de ser comandado pelo sempre excelente Denzel Washington. Numa época em que os cinemas estão recheados de filmes com super heróis... esses são os super heróis do velho oeste. Vá ao cinema com a seguinte certeza... a diversão está garantida. 


Nota: 3,0

O critério de notas é estabelecido da seguinte forma:

0,0 = péssimo
1,0 = ruim
2,0 = regular 
3,0 = bom
4,0 = ótimo
5,0 = excelente



quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Bruxa de Blair


Direção: Adam Wingard

Elenco: Brandon Scott, Callie Hernandez, Valorie Curry

Gênero Terror




Lembro-me das minhas primeiras experiências vendo filmes de terror, como "O Exorcista", "A Hora do Pesadelo", "Sexta-Feira 13", entre outros; a maioria fazia eu perder o sono por semanas. Depois disso, ocorreu um grande hiato de filmes que faziam a diferença nas telas do cinema e conseguiam emplacar algo relativamente "novo" para nossos sentidos já aguçados com os sustos já esperados. Em 1999, um filme muito estranho surge com uma estética que viria a ser um divisor de águas, principalmente quanto ao gênero terror... O filme... "A Bruxa de Blair (The Blair Witch Project). O longa contava a história de três estudantes de cinema que se lançam em meio a floresta de Maryland, em busca da lendária Bruxa de Blair, com o intuito de coletar relatos para o documentário que estavam produzindo. Um ano depois o material dos jovens é encontrado em uma sacola com rolos de filmes e uma fita contendo as gravações para o documentário que mostrava exatamente o destino sombrio de todos. 



          O estilo "Found Footage", que surgiu nos anos 80 com o gore "Holocausto Canibal", tem como marca registrada a câmera na mão, gravando os acontecimentos de forma amadora. Foi o que de forma experimental  deu o toque de magia ao cinema de terror no final dos anos 90 e fez muita gente, como eu, se borrar inteiro achando que tudo aquilo tinha acontecido de verdade, justamente por causa do estilo de gravação que garantia uma verossimilhança absurda.  
             Já "A Bruxa de Blair 2 - O Livro das Sombras" (2002), foge do formato "falso documentário" e bem, decepciona. 



          Em "A Bruxa de Blair" (Blair Witch, 2016), um grupo de estudantes de Milwaukee resolve viajar e durante o trajeto acampam em uma floresta. Peter (Brandon Scott) investiga há anos o desaparecimento da irmã (assistam Bruxa de Blair, 1999) nas florestas de Maryland. Com o aparecimento de uma nova pista sobre a ela, o rapaz e seus amigos resolvem adentrar a floresta para explorá-la ainda mais em busca de respostas e se deparam com uma ameaça terrível. 



          Mesmo com uma tecnologia evoluída em quase 20 anos de câmeras e tudo mais, os "bem preparados" jovens não conseguem fazer frente para a ameaça sobrenatural que os cerca de forma sedenta e brutal. A boa notícia é que ainda com um estilo de cinema já desgastado por outros filmes, fruto do próprio sucesso do original de 1999, "Bruxa de Blair" consegue reservar espaço para inovações, tanto no dinamismo envolvendo o movimento da câmera, quanto com seus personagens que são mais interessantes e carismáticos. 



          Por fim, o que vemos é um universo melhor explorado e ampliado da lenda da Bruxa de Blair que consegue, mais uma vez, apostar no terror simples, mas muito bem elaborado para os padrões atuais. O que parecia ser mais do mesmo, empolga e empurra você na cadeira do cinema da mesma forma que o primeiro filme. Tomara que não prossigam com sequências pavorosas como no passado e que pensem na real necessidade de uma continuação. Afinal, este longa-metragem faz a franquia se revitalizar e consegue ser uma espécie de filme homenagem com todos os elementos do original empregados de forma ágil e precisa. Fazia tempo que Hollywood não conseguia um feito assim... A dúvida é... Será que com um longa-metragem tão bem produzido como o atual, "Bruxa de Blair" merece mais "sucessores" para se estabelecer como uma retomada da franquia? Se for para nos decepcionarmos, torço para que esse seja o momento da lenda descansar para sempre...  


Nota: 5,0

O critério de notas é estabelecido da seguinte forma:

0,0 = péssimo
1,0 = ruim
2,0 = regular
3,0 = bom
4,0 = ótimo
5,0 = excelente

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

O Homem nas Trevas


Nota: 4,0

Em "O Homem nas Trevas", o diretor uruguaio Fede Alvarez, que dirigiu o remake de "A Morte do Demônio" traz a história de um grupo de bandidos que invade a casa de um homem cego com o intuito de roubá-lo. Os bandidos só esqueceram de combinar com o misterioso homem cego uma coisa: que o verdadeiro terror deveria ser praticado por eles e não pelo senhor solitário que habita a casa.  



           É, o que parece ser uma história banal de assalto mostra algo completamente diferente em que presenciamos o "jogo virar" de forma sufocante e claustrofóbica.
Não temos o fator gore de "A Morte do Demônio" em "O Homem nas Trevas", mas os sustos e sensação de agonia estão muito bem marcados na atmosfera do ambiente em que a casa é tão protagonista e macabra quanto seus personagens reais. 



           Fede Alvareis consegue, por intermédio de uma história simples, apesar de alguns clichês com saídas muito cômodas para momentos complexos, enaltecer o gênero terror sem ser espalhafatoso. Tudo em "O Homem nas Trevas" é bem econômico e o conjunto da obra trabalha de forma muito eficiente para que seja envolvente e repleto de reviravoltas. 



           Há tempos eu não dizia isso, mas "O Homem nas Trevas", guardadas as devidas proporções, traz um certo toque de originalidade, similar ao efeito "Jogos Mortais I" (que poderia ter parado no primeiro mesmo)



           Um filme que respeita e ao mesmo tempo exalta o gênero terror de forma descomplicada, barata e repleta de elementos que nos farão pular da cadeira do cinema com gosto. É, pelo visto, as qualidades sádicas de Fede Alvareis foram muito bem-vindas por Hollywood e por Sam Raimi, que produz "o Homem nas Trevas" para o promissor diretor uruguaio. Pelo visto esse será um daqueles filmes de custo baixíssimo e bilheteria muito lucrativa, graças ao seu tom realmente perverso. Uma verdadeira aula de tensão.


O critério de notas é estabelecido da seguinte forma:

0,0 = péssimo
1,0 = ruim
2,0 = regular
3,0 = bom
4,0 = ótimo
5,0 = excelente



quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Aquarius


Nota: 5,0

Memórias... Boas ou ruins, somos um verdadeiro mosaico de experiências que guardamos com o passar do tempo. Em "Aquarius", Clara (Sônia Braga) é uma ex-jornalista, aposentada, que resiste ao assédio de uma construtora que pretende comprar seu apartamento, único restante de todo o prédio, para poder construir  um novo em seu lugar. 



          Clara é o epicentro da trama que nos envolve de forma soberba na tela. Toda sua luta não envolve o material e sim o sentimental. Aspectos que tornam um simples imóvel em algo com "vida". Um verdadeiro reduto de lembranças das quais ninguém são consegue ou quer se desvincular.
 Uma história aparentemente comum, porém repleta de força e alma, onde não somente o apartamento, mas seus objetos, carregam o tom de uma narrativa construída de maneira tão atual e atraente.



           A história de Clara é repleta de momentos sensíveis, como o que mostra sua relação com a empregada doméstica, praticamente um membro da família. Toda a jornada da protagonista envolve o dia a dia simples de alguém que luta de forma humilde e dedicada, tentando vencer os obstáculos que a vida lhe proporciona. 



           Anos de suor e histórias, não somente para criar os filhos, mas para superar uma grave doença, são desrespeitados pelos funcionários da construtora que visam apenas o dinheiro e, óbvio, não conseguem compreender Clara e suas tão preciosas memórias.



           Por último e não menos importante, a atuação de Sônia Braga neste longa-metragem é digno de Cannes. É possível sentir toda a aura da atriz que literalmente nos leva a orbitar em torno dela e seu drama, muito bem explorado do começo ao fim, seja em cenas de pura leveza ou não. Não podemos deixar de citar também, o olhar cirúrgico do diretor Kleber Mendonça, que constrói essa verdadeira alquimia entre personagem e narrativa com extrema maestria. Doce... Essa é a palavra que escolhi para representar esse filme. Recheado de ternura, memórias afetivas e conduzido por uma narrativa cativante e sensível. Uma obra de rara qualidade. 


O critério de notas é estabelecido da seguinte forma:

0,0 = péssimo
1,0 = ruim
2,0 = regular
3,0 = bom
4,0 = ótimo
5,0 = excelente

Star Trek: Sem Fronteiras


Nota: 4,0

Eles voltaram... Kirk (Chris Pine) e Spock (Zachary Quinto) estão mais uma vez no comando da Enterprise em uma missão de exploração. Ao receberem um suposto chamado de socorro, são atraídos para uma emboscada, onde Krall (Idris Elba) e seu interesse maléfico em tomar posse de um objeto ataca a Enterprise, dividindo a tripulação da nave em duplas que precisarão lutar por sua sobrevivência.



         Entre os diretores contemporâneos, J.J. Abrams é com certeza um dos meus preferidos, principalmente por tratar a franquia Star Trek com tanto carinho. Dessa vez ele retorna, mas como produtor e mantém o ritmo com muita competência. 
            É importante salientar a presença do diretor Justin Lin, que praticamente ressuscitou a franquia "Velozes e Furiosos" e incrementa o longa-metragem com cenas de ação muito bem elaboradas e envolventes. 



          O reinício da franquia, pelas mãos de Abrams, carrega um valor nostálgico, extremamente atual e que fez "Star Trek" retomar seu sucesso com êxito. 



            Em "Star Trek: Sem Fronteiras", o terceiro filme da franquia, temos personagens melhor explorados (com espaço até para os coadjuvantes) e uma boa dose de humor que não nos deixa entediados pelo simples fato de haver a necessidade do alívio cômico.



          Sem sombra de dúvidas, esse é um filme também de despedida do personagem Checkov, vivido pelo ator, recentemente falecido, Anton Yelchin. "Star Trek: Sem Fronteiras" é uma referência de peso quanto ao aspecto diversidade, principalmente envolvendo seus personagens. Como uma forma de homenagem também, Sulu (John Cho) se revela gay, uma menção ao ator gay, George Takei, que viveu o mesmo personagem nos cinemas. Por fim, "Star Trek: Sem Fronteiras" não demonstra nenhum avanço significativo nesse novo longa, mas de forma geral, consegue manter a Enterprise em sua rota. O que nos transmite a sensação de uma "vida longa e próspera" para essa franquia tão querida. 


O critério de notas é estabelecido da seguinte forma:

0,0 = péssimo
1,0 = ruim
2,0 = regular
3,0 = bom
4,0 = ótimo
5,0 = excelente