Nota: 3,0
Quando anunciaram o filme “A Lenda de Tarzan” confesso que fiquei muito feliz vislumbrando a possibilidade de repetirem o que fizeram em "Greystoke: A Lenda de Tarzan, O Rei das Selvas" (1984) com Christopher Lambert. Pois é... Não me enganei, mas confesso que efeitos especiais bons (em alguns momentos) não são o suficiente para superar o belo longa-metragem de 1984.
Alexander Skarsgard (Tarzan) surge em uma história onde não vemos, como em "Greystoke", a verdadeira evolução do homem que se torna um mito. E dessa forma fica difícil para o ator criar um elo entre o personagem e o espectador, mesmo se esforçando ao máximo para mostrar o seu lado "animal" em cenas de ação, drama ou volúpia sexual.
Quando um filme se compromete a contar a história de um mito da literatura (ficção criada pelo escritor americano Edgar Rice Burroughs), a tarefa não é difícil. Basta mostrar como o mito surge e com riqueza de detalhes. É nesse ponto que "Greystoke" com Christopher Lambert ainda faz o meu coração bater forte. Todas as etapas estão lá, porém melhor trabalhadas. O bebê criado por uma mãe macaca, o adolescente em fase de aprendizado, o adulto que se vê em choque ao descobrir que é um homem e não um animal selvagem, além de seu processo de inclusão perante a sociedade aristocrata. Falta ao personagem uma melhor construção e que evidencie seu progresso até o patamar de mito.
Em "A Lenda de Tarzan", Tarzan já é um homem "civilizado" que retorna a suas origens encarando um vilão carismático (Christopher Waltz) e a bela Margot Robbie no papel da indefesa e ao mesmo tempo forte, Jane. Samuel L. Jackson e Djimon Hounsou também tem seu destaque na trama.
Tarzan é realmente um herói que se revela poderoso perante os perigos que enfrenta. Gosto da ideia de um homem selvagem que supera a força de um gorila, entre outros grandes feitos. Os mais velhos vão até se lembrar dos embates épicos entre homem e animal na animação de 1976, intitulada "Tarzan, o Rei da Selva" (Tarzan, Lord of the Jungle) que foi transmitida por aqui na TV Tupi e SBT.
Acredito que o único aspecto desinteressante do filme seja o fato de não termos neste longa um Tarzan mais próximo de nós e que criasse uma relação mais carismática. Para que entendam melhor essa carência que destaco, assistam "Greystoke: A Lenda de Tarzan, O Rei das Selvas" (1984) com Christopher Lambert. A cena em que ele, Tarzan (Lambert) reencontra seu pai macaco e logo na sequência sofre por conta de uma fatalidade. Confiram e depois conversamos a respeito. Pois bem, o novo Tarzan tem efeitos especiais que fazem jus ao caro investimento, mas só isso não é o bastante. Se existe uma história sobre o mito, então vamos contar isso com mais riqueza e empenho. Apenas uma curiosidade sobre “A Lenda de Tarzan”. Johnny Weissmuller, nadador que interpretou muito bem o Tarzan, nos anos 30 e 40 quase inspirou essa nova produção ao cotarem Michael Phelps (é isso mesmo) para o papel de "Rei das Selvas". Por fim, os deuses de Hollywood conspiraram a favor para que o filme não tivesse a presença inexistente de carisma (como atleta e principalmente como "ator") de Phelps. Ainda bem!
O critério de notas é estabelecido da seguinte forma:
0,0 = péssimo
1,0 = ruim
2,0 = regular
3,0 = bom
4,0 = ótimo
5,0 = excelente
5,0 = excelente
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