segunda-feira, 25 de julho de 2016

Batman: A Piada Mortal



Nota: 3,0

Quem viu viu, quem não viu agora terá de esperar o lançamento do DVD e Blue-ray da animação/adaptação dos quadrinhos de "Batman: A Piada Mortal". E como sei que muita gente morre de medo de spoilers, tomarei cuidado para não estragar o que para alguns pode ser surpresa ou decepção.  


        A animação roteirizada por Brian Azzarello de cara começa trabalhando com maior profundidade Batgirl (Barbara Gordon) em seus últimos dias como vigilante de Gothan City antes de se aposentar, focando no embate obsessivo (a lá Batman e Coringa) entre a heroína e um mafioso chamado Francesco. Neste mesmo tempo, Bárbara trava uma batalha contra ela própria no intuito de compreender e conciliar o lado emocional e profissional, principalmente por conta de seu relacionamento muito mais "próximo" com o Batman do que de costume. 




Essa parte é interessante, mesmo fugindo ao que é contado na cultuada HQ roteirizada por ninguém menos que Alan Moore. Talvez o único problema seja o fato de se estender um pouco além da conta e ser praticamente cortada ao meio para introduzir a parte mais fiel referente aos quadrinhos quando "jogam" o Coringa no meio da trama. É quase como se o protagonista da animação (Batgirl em um primeiro e duradouro momento) fosse literalmente esquecido para dar espaço ao verdadeiro protagonista (Coringa).  
A partir do momento em que o Coringa aparece, são inevitáveis as comparações com a HQ. Há fidelidade, sim. O problema (e aí vocês podem discordar à vontade), é que não consegui sentir a mesma carga dramática nos traços e cores da animação, comparada ao material original dos quadrinhos que me encanta, principalmente pelo final.


Uma dica. Fiquem atentos quando assistirem ao "Batcomputer" do Morcegão.  Uma das partes que mais gostei está relacionada às várias referências dos vários "Coringas" já criados (tanto em séries televisivas, como no próprio cinema) e referências não só a ele, mas a Jason Todd (o Robin que infelizmente teve sua carreira como vigilante ao lado de Batman precocemente interrompida). 


        Por fim, sei que muitos querem saber pelo menos um pouco sobre o final da animação. Bom, a única coisa que posso adiantar é que é fiel, MAS poderia ser melhor... Melhor? Como assim? Acho que todos aqueles que leram sabem muito bem o final e entendem o que quero dizer. Não consegui sentir o mesmo impacto de quando li e leio a surpreendente história de Alan Moore (cadê a sirene da viatura da polícia?). "Batman: A Piada Mortal" é fiel, mas deixa a nítida sensação de cisão, com uma história dividida em duas partes e que "parecem" dialogar, porém perdem coerência em sua transição do primeiro para o segundo ato de forma um pouco amadora. Gosto da ideia, segundo Azzarello, de mostrar uma Batgirl que se torna forte ao cometer equívocos e fracassa no decorrer da história. A questão é que sem uma conexão melhor diluída no longa-metragem (a que Azzarello tenta estabelecer não se sustenta, apesar de ser uma atitude corajosa), seu protagonismo na trama é banalizado e com isso a heroína perde a força que pretendia demonstrar, servindo apenas como motivação maior (o que já acontece na HQ com êxito e por isso acaba se tornando desnecessário no longa) para o Morcego sair à caça do palhaço lunático. Nesse ponto, sou muito mais a trama original que dispensa essa tentativa de encorpar mais a história de forma um pouco confusa. "Batman: A Piada Mortal" teve apenas um dia de exibição nos cinemas daqui (25 de julho) e chega em DVD e Blue-ray no começo de agosto. Mesmo com altos e baixos, no final das contas, este é mais um item indispensável para os adoradores do vigilante de Gothan. Se fosse uma das armas do cinto de utilidades do Batman, eu diria que é uma boa arma, mas não seria minha primeira opção entre as tantas excelentes "armas" (animações) já produzidas do Homem Morcego... poderia ser melhor.

O critério de notas é estabelecido da seguinte forma:

0,0 = péssimo
1,0 = ruim
2,0 = regular
3,0 = bom
4,0 = ótimo
5,0 = excelente



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